Inteligência de mercado é o primeiro passo para a transformação digital
- Eduardo Éboli
- 27 de ago. de 2020
- 3 min de leitura

Mas afinal de contas, o que é e o que faz uma área de inteligência de mercado? Pode parecer coisa de multinacional, mas hoje está muito mais ao alcance de empresas de qualquer porte, setor ou segmento da economia, do que pode parecer.
Ao conectarmos o papel central da área de inteligência de mercado à prática tão comum hoje de busca de soluções para problemas reais de pessoas e empresas, fica mais fácil entender. Sim, porque inteligência de mercado é basicamente definir quais são os problemas que organizações querem resolver, eleger os mais relevantes e construir estratégias para dar respostas a eles. E é importante sempre lembrar que empresas são feitas por pessoas.
Visto nessa ótica parece amplo demais, não é mesmo? Mas de fato podemos estar diante de questões diversas de inteligência. Algumas podem ser relativamente simples, como entender o quadro concorrencial de um determinado mercado. Outras talvez sejam um bocado mais complexas como, por exemplo, determinar e aferir as melhores rotas de mercado para um novo produto.
Então podemos dizer que estamos diante de questões de inteligência de mercado quase que rotineiramente dentro de nossos negócios. A diferença reside nos métodos e ferramentas que empregamos para acompanhar e resolver estas questões; e como as classificamos por ordem de importância e prioridade. Para isso é sempre bom recorrer a especialistas da área. Eu afirmo que temos ótimos profissionais por aqui.

De fato, inteligência de mercado é algo que merece ser entendido e praticado habitualmente no dia a dia das empresas. Especialmente no mundo “VUCA” que vivemos hoje: Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Nesse contexto trazer inteligência para os negócios é antes de mais nada compreender as forças sociais, políticas, econômicas, ambientais e tecnológicas que estão em conflito no mundo, para ficar apenas entre as mais relevantes, e se posicionar perante elas.
Fala-se muito em transformação digital e os impactos dela nas relações sociais e profissionais. Mas parece interessante observar que já produzimos tecnologia de tamanha magnitude, que hoje ela está colocada à frente da evolução social que precisaria existir para que pudéssemos desfrutar de todo esse progresso da ciência. Parece bem razoável que as empresas busquem por um alinhamento para que todo esse avanço tecnológico resulte em uma verdadeira transformação social. E nada mais perturbador para sustentar essa hipótese, que os desequilíbrios e diferenças expostas pela sociedade, evidenciados no enfrentamento que fazemos hoje à pandemia.
Mas deixo aqui uma pergunta: transformação digital pode ser um tema a ser resolvido por inteligência de mercado? Penso que sim, desde que levemos em conta que por trás da revolução digital (ou a frente dela) estão as pessoas e é a partir delas e com elas que vamos encontrar as soluções. E quando falo de pessoas devo dizer que é um conceito amplo que envolve colaboradores, clientes, consumidores e sociedade em geral, para ficar apenas entre os stakeholders mais conhecidos.
Já existe transformação digital suficiente para “empurrar” as organizações para uma mudança necessária na forma de produzir e entregar produtos e serviços. No comando das pequenas máquinas, os consumidores assumem o papel de protagonistas. Empresas terão que ser mais, ou completamente diferentes, do que sempre foram e precisarão mostrar empatia com os públicos do seu entorno para que os envolvam em um ambiente colaborativo e conquistem a sua admiração e lealdade. Esteja convicto que antes de fazer o seu planejamento digital, organizações de qualquer porte devem construir negócios inteligentes, que tenham propósitos verdadeiros, conectados com as pessoas do nosso tempo, no mesmo patamar que buscam resultados financeiros. Inteligência de mercado pode ser o primeiro grande passo para isso.
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